A nossa história é tão mística quanto pragmática.

Cordel 2.0

1/4 – O PRINCÍPIODO PROJETO
No alvorar do universo inteiro,
O Verbo dançava sobre o mar,
Eis que surge Cordel 2.0 – primeiro
Diálogo entre o sonhar e pragmatizar.
Busca mística, devaneio brejeiro,
Freire e Barthes vêm conversar:
Dois sábios numa roda de terreiro
Pra desvendar como projetar!

2/4 – FREIRE PERGUNTA
Paulo Freire, voz de sabedoria:
— "Roland, meu irmão de estandarte,
Se o saber é fruto da curiosidade,
Como evitar que o verso, ao ser arte,
Vire grilheta na humanidade?
Que a resposta pronta, fria,
Não cale a voz da liberdade?"

3/4 – BARTHES RESPONDE
Barthes ri, acende o cachimbo:
— "Paulo, escuta meu tropel:
A beleza mora no não-se-prende,
A literatura é voo, não é papel!
Ela não dá pão, mas faz fome,
Desata perguntas como laço,
E assim, igual teu método nome,
Convida o mundo a ser refeito em passo!"

4/4 – E o Verbo virou Verso
Do Nordeste veio a chama primeira:
Verbos de amor, cordel, xiló e paixão.
Do futuro veio a inteligência fronteira:
IA que interpreta, faz degustação.
Mística e pragmática – dupla andeira,
Geraram o Cordel 2.0, irmão:
Onde você e ela, de inverno a primavera,
colhem versos criativos na digital enculturação!

Carlos Vidal e Celeste Farias

A nossa história: Cordel 2.0

Durante a Covid-19, em tempos da Lei de Emergência Cultural Aldir Blanc, Celeste Maria Farias e Carlos Vidal Guerrero transformaram o isolamento em oportunidade. Nas Minas Gerais, entre cursos, lives diversas, forró e debates sobre tecnologia e cultura digital, surgiram as primeiras ideias que depois iriam configurar o Cordel 2.0 — um projeto que uniria Literatura de Cordel e Inteligência Artificial (IA) para democratizar o acesso à cultura. Em agosto de 2023, o projeto encontrou seu lar na Península de Itapagipe, em Salvador, onde a periferia se tornou protagonista dessa inovação.

Arte, Educação e IA: A Fusão que Fortaleceu o Projeto

Em 2024, enquanto Celeste atuava como agente cultural e empreendedora no contexto de economia criativa, Carlos ingressava no mestrado em Educação Contemporânea na UNEB. Juntos, criaram uma metodologia que conectava cultura popular e tecnologia digital, se baseando em uma estrutura semiótica determinada e a respectiva interação do/a autor/a com o chatbot de IA.

No mesmo ano, em parceria com a Fundação Pedro Calmon, o curso “Escrita Criativa em Tempos de IA” foi lançado na Biblioteca Juracy Magalhães Jr. (Rio Vermelho). O objetivo? Ensinar a jovens e adultos um método e raciocínio que ajuda tanto a criar poesia como a dialogar com a IA, fortalecendo a identidade cultural e a expressão artística de forma acessível.  Foi nesse contexto, que Celeste, admiradora de Patativa do Assaré, Bule Bule e tantos outros mestres e mestras, introduziu a Literatura de Cordel ao curso.

Cordel 2.0: Fruto da pesquisa acadêmica e da ação na Cultura Popular.

Como resultado dos esforços, tanto o aspecto acadêmico quanto o artístico-cultural são alicerces do Cordel 2.0. No Nordeste, na reunião da ANPED, foi apresentado e publicado o primeiro texto sobre “Relato de Experiência das contribuições da Escrita criativa [Cultura] à Educação”. Em simultâneo, o Cordel 2.0 foi aprovado pelo Ministério da Cultura e Governo Federal, através da Lei de Incentivo Fiscal - Lei 8.313/1991 (Rouanet) pelo Programa Rouanet nas Favelas, apresentado pela Fundação Vale Cultural.

Cordel 2.0 em 2025: Legado no Espaço Cultural Alagados

Na primeira metade de 2025, a primeira edição do projeto está em pleno vapor no Espaço Cultural Alagados, no bairro do Uruguai. Com foco em inclusão digital e empoderamento comunitário, as atividades incluem:

  • Diversas oficinas e escrita criativa de Cordel com IA para jovens e adultos.

  • Produção de um e-book que valoriza o patrimônio imaterial do cordel e as narrativas sociais das favelas.

  • Preparação da segunda edição, já em captação via Lei Rouanet para empresas e pessoas físicas.

Por que o Cordel 2.0 agrega valor à Cultura Popular inserindo o digital?

Este projeto não só preserva a Literatura de Cordel, mas a reinventa na Era digital, usando IA como ferramenta de criatividade e educação não formal. Trata-se de uma ponte entre a tradição cultural nordestina e a inovação tecnológica, promove a diversidade cultural e o acesso à cultura, em Salvador, a Bahia e no Brasil.

Junte-se a nós!
Participe das oficinas gratuitas, apoie via Lei Rouanet ou baixe o e-book de cordel digital após lançamento em Maio.

O Cordel 2.0 prova que a periferia é berço de protagonismo cultural e sustentabilidade para o Brasil e o Mundo.